Casos de malária no Estado diminuem 27%no Estado

Blog da Saúde São Miguel | 07:53 |

O número de casos de malária no Pará caiu 27% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Em números, 2010 registrou 41.911 ocorrências contra os 29.522 verificados já em 2011. Se depender das ações já implementadas pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) nos municípios com maior incidência da doença, as ocorrências diminuirão. "Queremos evitar os 160 mil casos ocorridos em 2010. Faremos um esforço para que esse quantitativo não chegue a 100 mil em dezembro", explica o diretor do Departamento de Controle de Endemias da Sespa, Bernardo Cardoso.

Cametá, Oeiras do Pará, Curralinho, Bagre, Itaituba, Jacareacanga, Pacajá e Anajás continuam sendo os municípios onde a Sespa tem atuado mais na intervenção do controle da malária, com a presença de equipe de agentes para ministrar cursos de prevenção, com enfoque nas áreas de educação e saúde, além de inspetores e coordenadores de campo.

Por outro lado, a Secretaria já comprou 120 mosquiteiros impregnados com inseticida de longa duração. "Os primeiros 60 mil já serão distribuídos nos próximos dias aos moradores daqueles municípios. Estamos avaliando para onde serão distribuídos os outros 60 mil", informa Bernardo Cardoso. Em dezembro de 2006, o Pará foi pioneiro no Brasil na estratégia de doação de mosquiteiros para combater a malária. Na época, 21.300 foram distribuídos de uma só vez em cerimônia presidida pelo governador Simão Jatene.

Além dos mosquiteiros, a Sespa já comprou 30 microscópios, dos quais 14 já foram encaminhados para Oeiras do Pará; dois para Cametá; dois para Anajás; um para Limoeiro do Ajuru; um para Abaetetuba e um para Igarapé-Miri. "E vamos adquirir mais 70 deles para irmos distribuindo", anuncia Bernardo. O combate à malária também incluiu a compra de 20 carros, 60 motocicletas, 15 motores de popa, 20 motores de popa de 25 HP e outros 10 motores de 60 HP. "É uma forma de garantir a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento das pessoas das regiões mais atingidas e ainda garantir ações nas comunidades com maior dificuldade de acesso. Tudo isso com a supervisão dos Centros Regionais de Saúde, que trabalham com o reforço de técnicos de saúde, capacitações de profissionais, fornecimento de medicamentos aos paciente, estruturação de veículos, barcos e testes rápidos".

Bernardo Cardoso afirma também que um dos desafios para conter o avanço da malária é fazer com que as pessoas não abandonem o tratamento, que dura uma semana. "São vários os relatos que, após um a dois dias após a febre baixar, a pessoa deixa de tomar a medicação. Isso não pode acontecer. Pedimos que a população também colabore", diz.

A malária é considerada uma doença infecciosa aguda e é causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium. A transmissão ocorre por meio da picada do mosquito do gênero Anopheles que se infecta ao sugar o sangue de um doente. O ciclo se inicia quando o mosquito pica um indivíduo com malária, sugando o sangue com parasitas. Após isso, no mosquito, os plasmódios se desenvolvem e se multiplicam. O ciclo se completa quando estes mosquitos infectados picam um indivíduo, levando os parasitas de uma pessoa para outra.

Os sintomas mais comuns são febre alta, calafrios intensos que se alternam com ondas de calor e sudorese abundante, dor de cabeça e no corpo, falta de apetite, pele amarelada e cansaço. Dependendo do tipo de malária, esses sintomas se repetem a cada dois ou três dias. A orientação é que as pessoas que moram em áreas de risco devem se prevenir contra a picada de insetos por meio de telas em portas e janelas, uso de mosquiteiros e também evitar banho de Rio entre o pôr-do-sol ao amanhecer, horários de maior atividade do mosquito.

Não existe uma vacina para combatê-la, mas a malária é uma doença que tem cura e o tratamento é simples e gratuito. Os exames laboratoriais são feitos por meio de uma gota de sangue do paciente em lâminas que vão possibilitar a visualização do parasita por meio microscópico.

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