A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) divulgou, nesta segunda-feira (28) o resultado preliminar da vistoria feita no navio “MS. Veendam”, realizada em conjunto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), neste domingo (27) enquanto a embarcação estava fundeada no Distrito de Icoaraci.
O objetivo da vistoria foi investigar casos de diarreia registrados entre os passageiros do navio, que pertence a uma empresa holandesa com sede nos Estados Unidos. O navio trazia 1.300 passageiros e 700 tripulantes, maioria estrangeiros, e já havia passado pelo Rio de Janeiro e Recife. Seu próximo destino é Alter do Chão em Santarém.
A suspeita inicial é de Norovírus, um vírus transmitido por água e alimentos contaminados, importante causador de gastroenterites não bacterianas no Brasil. A transmissão ocorre de pessoa para pessoa e afeta principalmente indivíduos adultos.
Os norovírus estão muito associados a surtos em locais confinados ou de contato próximo, numa mesma família, em navios, asilos e ambientes hospitalares, por exemplo.
Segundo a epidemiologista Carla Garcia, foram identificados 54 pacientes que tiveram sintomas da doença, sendo 43 passageiros e 11 tripulantes. Conforme acompanhamento médico, as pessoas começaram a sentir os primeiros sintomas no dia 18 de março, com maior número de casos tendo sido registrado entre os dias 20 e 25 de março.
Segundo a epidemiologista Carla Garcia, foram identificados 54 pacientes que tiveram sintomas da doença, sendo 43 passageiros e 11 tripulantes. Conforme acompanhamento médico, as pessoas começaram a sentir os primeiros sintomas no dia 18 de março, com maior número de casos tendo sido registrado entre os dias 20 e 25 de março.
Os sinais e sintomas mais freqüentes eram vômito, diarréia e dor abdominal com duração de 48 horas. Apenas um paciente apresentou febre e somente um precisou receber hidratação venosa. Não houve necessidade de tratamento com antibiótico. Foram registrados casos em oito dos dez andares da embarcação e os últimos três pacientes a ficarem doentes são tripulantes do navio.
Carla informou que foram coletadas amostradas apenas dos três pacientes que ainda estavam com sintomas e que está em andamento a análise dos dados dos questionários dos doentes e dos sadios para estudo de caráter epidemiológico.
Os técnicos da Anvisa e da Sespa fizeram diversas recomendações à tripulação para evitar novos casos da doença tais como: orientação aos passageiros por meio da rádio do navio; intensificação com os tripulantes sobre a importância da higienização para quebra da cadeia de transmissão; uso de álcool gel; utilização de lenços de peróxido de hidrogênio a 0.5% para limpeza dos computadores, dos terminais de ponto dos funcionários, limpeza dos equipamentos usados na academia entre outros, pois esse produto tem poder de eliminar o norovírus e é recomendado pela Anvisa; orientação e disponibilidade de coletores e swab retal para coleta de novos casos se detectados; higienização permanente nos locais onde tiveram funcionários com a doença.
Além disso, a Anvisa afastou do trabalho seis manipuladores de alimentos por apresentarem problemas de saúde e foram solicitados resultados das amostras de água e material biológico coletadas em outros Estados para complementar a investigação.
A descida dos pacientes tem Belém teve análise técnica respaldada pela legislação da Anvisa, Regulamento Sanitário Internacional e pela portaria de doença de notificação compulsória; permanecendo isolados em suas cabines apenas os pacientes que ainda apresentavam sintomas da doença, devendo ser liberados após 48 horas do ultimo sintoma apresentado.
A notificação da situação no navio havia sido feita na última sexta-feira (25) à tarde pela Coordenação Regional da Anvisa ao Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (Cievs) da Sespa.
Os primeiros casos haviam sido detectados em Recife onde houve coleta de amostras de água, material de manipuladores de alimentos e de alguns doentes. Ainda não resultado dessas amostras.
